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Quem Somos

ANBEM – Associação Nordestino-Brasileira de Engenheiros de Minas.

 

      A instalação do curso de Engenharia de Minas já dominava as preocupações de técnicos e professores no início da década de 50. Ansiavam em formar no Nordeste profissionais engenheiros habilitados nas lides da mineração, com vistas ao racional aproveitamento e industrialização das nossa$ riquezas minerais. Este, por sinal, foi também um dos objetivos institucionalizados pela SUDENE, em 1958, em prol do desenvolvimento da Região. Reconhecemos na capacidade de liderança do eminente homem público pernambucano, Senador da República e Engenheiro de Minas José Ermírio de Morais, graduado pela Colorado School of Mines, as decisivas ações na área política, e ao Professor Paulo José Duarte, Engenheiro Químico com papel preponderante na UFPE, que obteve a pronta adesão dos Engenheiros de Minas e Professores Francisco Moacyr de Vasconcellos, João Batista de Vasconcellos Dias, José Lino de Melo Júnior e Francisco das Chagas Pinto Coelho, a vanguarda e símbolos dessa época. As idéias tornaram-se realidade com a implantação do curso de graduação em Engenharia de Minas, em 1958, na centenária Escola de Engenharia de Pernambuco, localizada na tradicional Rua do Hospício, no centro de Recife.

      Após a implantação do curso e a graduação das primeiras turmas, surgiram as necessidades de divulgação do novo ramo da engenharia nos colégios secundaristas, bem como da criação de mais espaços no mercado de trabalho para os profissionais formados em Pernambuco. Os poucos Engenheiros de Minas brasileiros em atividade no Nordeste eram formados na Escola de Minas de Ouro Preto e trabalhavam na perfuração de poços para petróleo e para água subterrânea (Petrobrás, DNPM e DNOCS) e em algumas minas com lavra subterrânea, a exemplo da lavra e beneficiamento de scheelita no Rio Grande do Norte e Paraíba.

      No final dos anos 60, as médias e grandes empresas negligenciavam na utilização de profissionais habilitados, em desacordo com o Código de Mineração. A Fosforita Olinda S/A chegou a ser questionada por não contar com um Engenheiro de Minas como responsável pela direção técnica e administrativa do seu projeto de lavra e beneficiamento de minério de Fosfato, arrojado projeto de mineração, localizado em Olinda. Isto induziu os Engenheiros de Minas e, também, Professores da UFPE, Álvaro Alves Camello e João Dália Filho a se reunirem e idealizarem a primeira associação de classe dos Engenheiros de Minas no Brasil. Ela pleitearia uma representação no plenário do CREA da 2ª Região, hoje CREA/PE, e assim poderia não somente fazer valer as prerrogativas inerentes à nossa categoria profissional, como seria sua representante formal nas discussões sobre o desenvolvimento da mineração e da Engenharia de Minas, em particular.

      O período que compreende o final da década de 60 até o final da década de 70 foi de extrema importância para a profissão. Na esteira da consolidação da SUDENE, das novas atribuições do DNPM - encarregado que foi da execução do Primeiro Plano Mestre Decenal de Mineração, esforço de planejamento até então inédito no setor mineral nacional -, o surgimento da CPRM – uma empresa estatal federal com ampla liberdade de investimentos no setor mineral – tudo isto permitiu a abertura de novos espaços de trabalho para os profissionais da Engenharia de Minas, notadamente no setor público, embora um número significativo de profissionais tenha sido contratado pela iniciativa privada, inclusive por empresas estrangeiras.

      As reuniões dos colegas Camello e Dália, em casa do primeiro, “regadas a repetidas doses de um bom rum e muitas tragadas do nocivo tabaco”, resultaram na elaboração de um texto preliminar, uma primeira versão do Estatuto da futura Associação. Este texto precisava de um acabamento, de um visto de um profissional da área jurídica. A iniciativa dos dois colegas desbravadores “contaminou” outros colegas defensores da idéia de uma associação que representasse a classe. Ao grupo inicial de Camello e Dália incorporou-se logo o Engenheiro Francisco das Chagas Pinto Coelho, cearense graduado na Escola de Minas de Ouro Preto nas modalidades civil, metalurgia e minas. Nesta ocasião alguém, e tudo leva a crer que tenha sido Chagas, lembrou o nome do Engenheiro Lisanel de Mello Motta, também graduado em Ouro Preto nas três modalidades e, na época, por grata coincidência, concluinte do curso de direito pela UFPE. Os novos “cristãos” que se achegaram ao grupo, então de “quatro cardeais”, foram os Engenheiros de Minas Bartolomeu de Albuquerque Franco, Augusto César, Ricardo Cavalcanti Brennand e o saudoso Rubem Elisiário Barbosa.

      Os encontros passaram a ser realizados na residência de Lisanel, na Rua Monsenhor Ambrosino Leite, 154, nas Graças, que por sua fidalguia e conhecimentos na área jurídica se constituíam em animadas reuniões e resultaram na elaboração e aprovação dos Estatuto definitivo da ANBEM – Associação Nordestino Brasileira dos Engenheiros de Minas, formalizado pela Assembléia Geral de Constituição, realizada no dia 28 de Abril de 1972.

 

     O Professor e Engenheiro de Minas Álvaro Alves Camello, por aclamação foi eleito o primeiro Presidente da ANBEM e mais tarde, na década de 80, realizaria um importante périplo por vários Estados do Sul e Sudeste, inclusive na Capital Federal, divulgando o Estatuto da Associação e propondo a concepção de outras entidades regionais.


   Bartolomeu de Albuquerque Franco – UFPE, 1968 (*)

   Álvaro Alves Camello – UFPE, 1958 (*)

   Francisco da Chagas Pinto Coelho – UB, 1949 (*)

   Ricardo Cavalcanti Brennand – UFPE, 1970 (*)

 

     (*)  Os autores são sócios fundadores da ANBEM.

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